sábado, 20 de junho de 2009

Sonhos..

Brilha no céu desta Noite escura, a luz dos sonhos. Encontro-me, dispersa em pedaços, na realidade com que me cruzo, apenas no meu mundo que é real.

Esta é a utopia que me inspira, uma vida por inventar. É a vida, renascida das cinzas apagadas de alguém.. espero um sopro de vida, que o vento surge nas asas da minha alma.

As asas ficam, penduradas no armário do esquecimento, fazendo-me perder o equilíbrio conseguido para voltar a voar. Não há sonhos, nem presenças constantes, apenas a ausência se perde neste imenso e desolado mundo..


Estes breves instantes, entre um dia e outro dia, fazem da Noite um momento de partilha, tornam-na mágica e levam-me a um lugar dos sonhos, onde se realizam as metáforas, onde nos encontramos a cada Noite..

A luz desaparece com o cair do dia. As tonalidades transformam-se, são pedaços de luz que se escondem em cada curva, pelo sabor suave deste final de dia. E o tempo, que a duas velocidades cresce, levando a menina que sou a fazer-se mulher, levando a mulher a tornar-se deusa. Eu, sou apenas as letras que se empilham na sombra das pedras que calcorreamos todos os dias. Sou o murmúrio na brisa do vento que passa..

Sou um grão de areia, pedaço de rocha perdida, vagueado à deriva por entre as gotas do mar. Passa por mim a vida, correndo como rio até ao oceano. É do silêncio que nascem o som das letras, palavras que cantam numa melodia suave, frases que crescem e fazem-se mulher, fazem-se companhia na minha alma, fazem-se presentes no sonho que criei. E o mar, tranquilo e sereno que funde no meu olhar. A chuva, lágrima salgada que desprende-se sobre meu corpo. No final de tudo é a MORTE que vem e vai nos meus renascimentos e desejo de viver..

O mundo, é demasiado cruel para aqueles providos de asas, demasiado real, demasiado brutal. Hoje, entrego-me nos braços o meu corpo inerte, gelado e vazio, e parto, com a brisa do vento que passa..



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