quinta-feira, 26 de junho de 2008

Cocktails de emoções


Há dias que estão recheados de uma mistura de sentimentos.. se por um lado temos tudo para estar com o maior sorriso do mundo, por outro.. as coisas nem sempre são como nós esperamos ..

Hoje é daqueles dias que tudo indicava para o maior sorriso do mundo, mas..

Há uns tempos, publiquei este texto no blog.. Hoje faz sentido voltar a recordá-lo..

Que saudades!
Como pode alguém sentir saudades do que nunca houve?
Como pode alguém sentir saudades do qu
e nem viveu?
É como estou hoje,
Com saudades!
A Morrer de saudades dos sonhos que criei,
A Chorar de saudades das horas que imaginei,
Das histórias que sonhei.
Hoje estou assim,
A Querer que o tempo vá para onde eu quero,
Para onde ele nunca esteve.

Mas a saudade é tanta que me paralisa,

São muitas saudade
E nem aconteceu

E nada eu vivi.
Como se pode sentir saudades de uma época que não existiu?
De fantasias e de promessas que nunca se

concretizaram?
Por que sentir saudades de um futuro inventado
quando há um presente imenso para se viver?

Mas não se manda no coração.
O coração é pretensioso e quase sempre faz o que quer,
A razão até tenta dominar,

Mas raramente consegue.

E por causa do coração fazemos um monte de

asneiras
E fica a espera, a espera...
Esperando que tudo volte a ser como antigamente...
Ou pior,
Que tudo seja como criamos nos noss

os sonhos mais recorrentes.

Germanda Facundo


( .. )

terça-feira, 24 de junho de 2008

Esta gente

Esta ente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e do combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafro

Pois a gente que tem
O resto desenhado
Por pâciencia e fome
É gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra no chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calada

Meu canto renova
E recomeça a busca

Sophia de Mello Breyner