sexta-feira, 31 de julho de 2009

Amiga..

Amiga,
Como te dizer
Como te mostrar
Como te fazer perceber
Que quando te dói
Quando te arde
Quando te arranca
A mim também..
Me dói
Me arde
Me arranca
O coração!

Amiga,
Como te dizer
Como te mostrar
Como te fazer perceber
Que quando te enche
Quando te liberta
Quando te arrepia
A mim também..
Me enche
Me liberta
Me arrepia
O coração!

Não estivesse eu fechada,
No cubículo do que consigo ver
Chegasse eu mais longe,
Olhando com o coração
E seria..
Mais claro
Mais simples
Mais evidente
Que tu e eu,
Pela amizade
Pelo amor
Que tremendamente
Nos liga
Nos une...
Tu e eu...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quero Ser

Já Te soube falar
Bem melhor, com mais calor
Já Te soube cantar
Com outra côr.

Já olhei para Ti
Já estranhei o que és em mim
Já tentei não te ver
Tentei não Ser!

Hoje só quero falar
Hoje só quero olhar
Hoje só quero cantar
Porque quero Ser..

quarta-feira, 29 de julho de 2009


Podemos fugir da chuva
Escapar ao vento
Esconder-nos do sol
Podemos, mas…

Sempre que nos toca
Esse olhar novo
Esse olhar que mesmo à distância
Nos levanta

As nossas cores
Ganham mais cor
A nossa música
Ganha harmonia

Porque esse olhar
Que nos tocou
Tinha consigo
Um poder

Tinha consigo
Aquela humanidade
Que desperta toda a humanidade
Do que encontra!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Falta-me..

- Entrar num avião e sentir-me pequena..
- O teu olhar e o teu abraço a dizer que tudo vai correr bem..

- Os nossos almoços..
- Dançar Kizomba de olhos vendados numa capela..
- As tuas massagens..
- As nossas conversas até de madrugada no cinquecento..
- As longas conversas em tua casa de cháve
na na mão..
- O nosso chocolate quente..
- Registar uma palavra com marcador numa cartolina antes de me deitar..
- O teu Kafoné..
- As conversas na mesa da constep..
- A tua paciência para o meu inglês..

- A nossa varanda..
- A tua cumplicidade..
- Os nossos momentos de "roubo de laranjas.."
-Os nossos cigarros de Manga..
- Adormecer no chão e em boa companhia..
- As nossas tardes de praia..

- Das intermináveis reuniões..
- Dos muitos passeios nocturnos até a cidade..
- Dos nossos jantares a três..
- Do meu "quintal.."
- Das tuas piadas..

- De conduzir aquelas "meias estradas"..
- "Aquela oração.."
- Dos teus poemas..

- A tua atenção..
- Os nossos m
omentos de parvoeira..
- São Tomé..
-Lembra-me de cada um destes momentos todos os dias..

Falta- me recordar todos vocês, todos os dias..
Nostalgia..



“Na verdade, não temos saudades,é a saudade que nos tem, que faz de nós o seu objecto.. Imersos nela, tornamo-nos outros..
Todo o nosso ser ancorado no presente fica, de súbito, ausente”..

sábado, 25 de julho de 2009

Túneis.. e Mais Túneis..



Bem ou mal
construídos, velhos ou novos, sujos ou limpos... o que vale é que há sempre "uma luz ao fundo!.. :)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Liberdade.. Partilha.. Confiança..



Conversas.. Olhares.. Abraços..



Obrigada..

( .. )
Sapatilhas..




Sem inspiração ainda..
Post em construção..


Mas deixa-me muito feliz saber que mesmo longe continuas a participar nos meus vícios loucos =)
Obrigada amiga ( )..

domingo, 12 de julho de 2009

Porque há dias..



No meu quarto há uma janela
Sobre um pedaço do mundo
Na rua estreita
Os prédios seguram o céu

As caras de sempre
Têm dias sorridentes e outros sisudos
Porque de alegria e de tristeza
Cada um tem um pedaço que é o seu

No meu quarto, pela janela,
O sol entra em geometria
Faz desenhos no chão
Pinta-me lume na pele

Rasga sombras teimosas, escondidas,
A reclamar poesia
E voa das mãos pequenas
Que lançam para a rua aviões de papel

Há dias que sopram
Os dias que vão,
Levantam asas
Ou ficam em pedaços pelo chão
Há dias perdidos
E outros sem fim
A colar cada pedaço
Do mundo que se partiu dentro de mim

Nesta rua estreita
Os prédios escondem o resto do escuro
Os caminhos da noite, mais longe,
No resto do céu

Há em cada olhar
A vaga certeza do mesmo rio ao fundo
Mas por dentro do peito
Cada um traz um horizonte que é o seu

Há dias que sopram
Os dias que vão,
Levantam asas
Ou ficam em pedaços pelo chão
Há dias perdidos
E outros sem fim
A colar cada pedaço
Do mundo que se partiu dentro de mim

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cantiga

Já não posso ser contente,
Tenho a esperança perdida,
Ando perdido entre a gente,

Nem morro, nem tenho vida.


Glosa

Depois que meu cruel Fado

Derrubou uma esperança,
Em que me vi levantado,
No mal fiquei sem mudança,
E do bem desconfiado:
O coração que isto sente,
À sua dor não resiste,
Porque vê mui claramente
Que, pois nasci para triste,

Já não posso ser contente.

Por isso, contentamentos,
Fugi de quem vos despreza.
Já fiz outros fundamentos;
Já fiz, Senhora, a tristeza
De todos meus pensamentos.
O menos que lhe entreguei
Foi esta cansada vida:

Cuido que nisso acertei,
Porque de quanto esperei
Tenho a esperança perdida.

Gostos de mudança cheios,
Não me busqueis, não vos quero;
Tenho-vos por tão alheios,
Que do bem, que não espero,
Inda me cansam receios:

De vós desejo esconder-me,
E de mim, principalmente,
Onde ninguém possa ver-me;
Que, pois me ganho em perder-me,
Ando perdido entre a gente.

Acabar-me de perder
Fora já muito melhor,
Por acabar uma dor

Que, não podendo mor ser,
Cada vez a sinto mor...
Em tormento tão esquivo,
Em pena tão sem medida,
Que morra, tão sem medida,
Que morra, ninguém duvida;
Mas eu, se morro ou se vivo,
Nem morro, nem tenho vida.



Voltas

Prazeres que tenho visto
Onde se foram, que é deles?
Fora-se a vida com eles,
Não me vira agora nisto...
Vejo-me andar entre a gente
Como coisa esquecida:
Eu triste, outrem contente;

Eu sem vida, outrem com vida.

Vieram os desenganos,
Acabaram os receios;
Agora choro meus danos,
E mais choro bens alheios...
Passou o tempo contente,
E passou tão de corrida,
Que me deixou entre a gente

Sem esperança de vida.


Diogo Bernardes