sábado, 21 de fevereiro de 2009

O novelo

Aqui começa o novelo, o novelo que se estende.. Que se toca, que se leva, que se prende..

Um novelo de pontas soltas: sempre duas, não vale apena cortar o novelo será sempre um princípio e um fim...

Um novelo de lã, que é como quem diz de sonhos ou de ideias, pensamentos ou devaneios. Um novelo que não tem avesso, não tem começo nem fim. Tem me a mim e outros.. Tem um mundo pequeno talvez.

Novelo: porque se podem desenhar novelos e não palavras. Porque se podem guardar novelos e não sentimentos. Porque se pode brincar com novelos e não com o que sobra de nós. Porque os novelos são macios e às vezes as palavras magoam..

Quero ser grande na minha pequenez, quero estender-me por quilómetros de palavras e poesia, sem ocupar espaço.. Quero trocar princípios e fins. Quero ser memórias, risos, choros abraços e histórias. Não quero ser mais nada do que a música que canta e não se vê, do que a palavra que se escreve sem saber porquê. Não quero ser mais do que um novelo que se estende. que se estende e depois se enrola e enrola e volta a ser um simples novelo de histórias de lã..
Com uma ponta de tristeza e uma ponta de doçura. Uma ponta de fraqueza outra ponta de bravura..

Sim.. um novelo..



A reconstrução do novelo..

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